segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Efemeridades

Ou: A vida é isso, efêmera.
Ou, ainda: Não desperdice seu tempo.



Chega a ser assustador, apesar de natural, o modo como nos deparamos com a morte quando menos esperamos. E isso me faz atentar pro fato de perdermos tanto tempo com bobagens, briguinhas e orgulho, ignorando o fato de que o tempo não volta. O tempo escorre por nossos dedos, meus caros, feito um punhado de areia que insistentemente apertamos na tentativa, ineficaz, de prender em nossas mãos. Perdemos tempo com palavras rudes, gestos ásperos, olhares frios. Perdemos oportunidades de adocicar o verbo, de acalentar com palavras, curar com um toque, reconciliar com um olhar. Perdemos tanta coisa sem nos darmos conta de que amanhã pode ser tarde demais pra demonstrar amor pelas pessoas, tarde demais pra se arrepender, tarde demais pra recomeçar do zero, tarde demais.

Todos os dias o sol deixa de nascer pra alguém, parei pra pensar nisso. E talvez cada um tenha o seu próprio sol. Ou, ainda, cada um SEJA um sol particular. Todos os dias temos a chance de eternizar o sol de alguém porque, de verdade, carinhos não morrem. Os nossos gestos carregados de amor permanecem mesmo quando o sol de alguém se põe pra sempre, viram lembranças e um calorzinho bom no peito, que é pra afastar a saudade sofrida demais.

Com saudade, ao Seu Carneiro.
O melhor avô do mundo. 
Já foram cinco anos, meu velho, mas teu carinho ainda aquece.
Com carinho, também, aos amigos que perdi cedo demais. 
Saudades incontáveis.